SECA: ADUTORAS SÓ GARANTEM ÁGUA ATÉ A QUADRA CHUVOSA DE 2015


Os trabalhos serão intensificados na adutora de Crateús/Nova Russas para que fique pronta entre setembro e outubro
No Ceará, o volume de água nos reservatórios é de 27,7%. 
Com
 poucas chuvas, o número total vem decrescendo até chegar ao cenário atual: o Estado amarga os níveis mais baixos de armazenamento, com 107 açudes em situação crítica e capacidade abaixo de 30%. Até janeiro, 12 cidades aguardam a conclusão de nove adutoras emergenciais. Mesmo com a transferência das águas, a segurança para os municípios depende de boas chuvas no próximo ano, segundo informações da Companhia de Gestão e Recursos Hídricos (Cogerh). 

São nove instalações em andamento com recurso total de R$ 149,2 milhões do Ministério da Integração. O objetivo é socorrer municípios em colapso hídrico nas sedes, recorrendo a recursos hídricos mais distantes. No entanto, sete dos oito reservatórios que servirão de fonte para as cidades atendidas já têm volumes inferiores a 20%. “Todos os estudos (das adutoras em obras) são de solução até a próxima quadra chuvosa. Precisamos, impreterivelmente, que haja chuvas (em 2015)”, explicita Marcos Paulo Pinheiro, assessor técnico da Presidência da Cogerh. E ressalta que, sem recargas, os municípios também podem ser socorridos com poços e carros-pipa.

O órgão estima que até 10 de setembro uma adutora para atender Alcântaras e Meruoca fique pronta. Para a primeira quinzena de outubro, as adutoras para Canindé/Caridade e Tauá também devem ser concluídas. Segundo o órgão, os três projetos estão em fase de finalização. Mas os trabalhos serão intensificados na adutora de Crateús/Nova Russas antes do prazo final, estipulado para dezembro. A ideia é que a tubulação para transferir a água do Araras (Varjota) já fique pronta entre setembro e outubro. 

Crateús havia recebido, em agosto do ano passado, uma adutora do açude Carnaubal até a estação de tratamento do município. Mas o reservatório já está seco. Nem o socorro do Flor do Campo (Novo Oriente) foi capaz de abastecer o município em 2014. Segundo Pinheiro, os esforços são em empenhar de 15 a 20 equipes de operários, incluindo turnos aos domingos na obra que sai do Araras. “Vamos cobrar das empresas uma atenção maior e fazer um esforço para agilizar o fornecimento da tubulação, que vem de São Paulo e Minas Gerais... Contratar mais caminhões. A logística do material é uma das que mais dificultam o trabalho”, explica. 


Bacias 
Das 12 bacias hidrográficas, a que tem situação mais crítica é a de Sertões de Crateús, com 1,9% do volume. Contém nove açudes com 

volumes
 abaixo de 10%, e o único com bons volumes é o Barragem do Batalhão (63%). Para Pinheiro, o número não é bom porque o Batalhão tem pequeno porte. E aponta que a situação dos açudes da bacia do Curu deve se agravar caso 2015 traga mais estiagem. O açude Itapajé (18%) e o Caxitoré (8%) apresentam os melhores volumes dentre os 13 reservatórios da bacia.

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