Para compreender essa data é preciso voltar no tempo. Portugal teve um grande terremoto em 1755 e Lisboa foi completamente destruída, a Coroa portuguesa precisava reconstruir a capital e, para isso era preciso aumentar o volume de recursos e isto causou um forte impacto nas colônias portuguesas.
No Brasil, Minas Gerais era a mais próspera capitania devido a extração de ouro e diamantes na região e a Coroa portuguesa exigia um volume cada vez maior de impostos. Essa cota de ouro anual era estipulada pela Coroa. Para cumprir essa cota, foi autorizada a realização da “derrama” – a cobrança obrigatória com o objetivo de alcançar as cem arrobas de ouro. Isso causou indignação porque a economia local já estava em crise, em virtude da queda na quantidade de ouro extraído.
A Inconfidência Mineira (termo mais utilizado pela Coroa) ou Conjuração Mineira (termo mais utilizado pela historiografia nacional) foi um movimento de insatisfação político-administrativo organizado pela elite socioeconômica de Minas Gerais que acabou sendo descoberto pela Coroa portuguesa antes mesmo de ser iniciado.
Tiradentes teve sua morte decretada para servir de lição para os súditos da Coroa, mostrando qual seria o caminho para todos aqueles que ousassem em levantar a voz contra a Monarquia portuguesa.
Tiradentes acabou sendo enforcado no dia 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro. Foi esquartejado e partes do seu corpo foram espalhadas pela estrada que ligava o Rio de Janeiro a Minas Gerais. Sua cabeça foi colocada em exposição na praça central de Vila Rica e lá permaneceria até apodrecer, mas acabou desaparecendo e não se sabe o seu paradeiro até hoje.
A Conjuração Mineira foi uma das mais importantes revoltas organizadas contra a Coroa portuguesa e mostrou a disposição dos colonos em romper os laço coloniais com Portugal e a existência de ideais republicanas no seio da principal capitania brasileira.
Pouco tempo depois da Conjuração Mineira, a Família Real chega ao Brasil fugida de Portugal por conta das ameaças de Napoleão Bonaparte de invadir o país. A Monarquia ainda permaneceria no comando do Brasil por quase um século até a Proclamação da República, momento em que a imagem de Tiradentes passa a ser retratada como herói. Sua imagem teria sido reconstruída, parecida com a de Cristo, para demonstrar os horrores cometidos pelo regime anterior.