Lumar Lopes, de 28 anos, suspeito de matar e arrancar o coração da própria tia na noite da última terça-feira (2), disse que “não deve satisfação para sociedade” quanto ao crime que cometeu e acusou a imprensa de “sensacionalismo” durante uma entrevista na delegacia de Sorriso (400 de Cuiabá). Ao ser questionado por um repórter, o rapaz apresentou um comportamento assustador e logo disse que queria um advogado.
“Que negócio é esse, desse bando de gente aqui. Isso é sensacionalismo é “, disse entre as perguntas do repórter. Em seguida, ao ser interpelado do porque ter cometido um crime tão cruel, o suspeito responde: “Eu te devo algum tipo de explicação?” e depois completa “Eu não devo nada de explicação para o povo. Vocês podem me deixar em paz. Quero um advogado, eu tenho direito a um advogado e é só isso”, retrucou.
Maria Zélia Da Silva, 55 anos, foi esfaqueada e teve o coração arrancado, depois de uma discussão. Em seguida, o suspeito levou o órgão para filha da vítima numa sacola de mercado. Os relatos são de que a tia teria pedido para o sobrinho ir embora de casa após descobrir que ele fazia uso de entorpecentes na casa. O primo do suspeito, filho da vítima, providenciou uma quitinete para que ele ficasse temporariamente, o que não impediu que ele voltasse à casa para matá-la. A filha da vítima, Patrícia Cosmos, viu o suspeito após o crime. Ele teria ido entregar a ela o coração da mãe dela. Segundo Patrícia, o primo 'estava fora de si' e exigia que ela entregasse a filha dela, de 7 anos. Lumar roubou o carro de Patrícia e saiu da casa.
Segundo o perito Nilson Carlos Dalberto, o suspeito usou duas facas para matar a vítima. A mulher tinha três ferimentos, no pescoço e no tórax.
“Ela [a mulher morta] apresentava espuma na boca, o que muito provavelmente indica que, durante a abertura do tórax, essa vítima ainda estava respirando. Não é possível afirmar se ela estava consciente ou não. É um fato completamente fora do comum, muito diferente do que a gente está acostumado a ver”, declarou.
O corpo da vítima foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) de Sorriso.
Durante a entrevista, o suspeito chegou a questionar se os repórteres acreditavam em Deus, elogiou o equipamento de um dos cinegrafistas e a voltou a exigir um advogado. Em outra tentativa de entrevista, o suspeito cita que mudou-se de São Paulo para Sorriso para trabalhar e que iria abrir uma loja de roupas.
“Ainda não está certo, seria para roupas de mulheres, mas pode ser de homem também. Vocês vão comprar de mim?”, disse em tom debochado.
Lumar foi preso pela Polícia Militar momentos depois do crime, após tentar fugir num veículo roubado da prima e abandoná-lo numa represa. A investigação é do delegado André Ribeiro, da Delegacia de Homicídios de Sorriso. Suspeito ficou em silêncio em depoimento na delegacia, mas aos repórteres dá sinais de ter distúrbio. O delegado André Eduardo disse que Lumar é inteligente e perturbado.