Policiais civis são investigados sob suspeita de rapto de adolescente

O caso está sendo apurado pela Controladoria Geral de Disciplina (CGD)

Em mais um desdobramento da “Operação Vereda”, que descobriu uma organização criminosa envolvendo agentes da Segurança Pública cearense, quatro policiais civis deverão ser processados pelo crime de rapto e agressão a um adolescente. Porém, o primeiro passo é a abertura de um processo administrativo disciplinar (PAD) já instaurado pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e do Sistema Penitenciário (CGD).

Conforme a investigação da Controladoria, os inspetores da Polícia Civil, identificados como Antônio Chaves Pinto Júnior, José Audízio Soares Júnior, Fábio Oliveira Benevides e Raimundo Nonato Nogueira Júnior, então lotados da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD), teriam invadido ilegalmente a residência do adolescente na tarde do dia 4 de fevereiro de 2016, por volta de 16h30.

A presença dos policiais na residência (endereço mantido em sigilo) tinha como objetivo tentar prender um jovem acusado de vender ilegalmente anabolizantes em academias de ginástica da zona nobre de Fortaleza. Quando invadiram a casa – sem apresentar mandado judicial – constaram que o “procurado” não se encontrava na residência.

Ainda de acordo com a investigação da Controladoria, os policiais civis então teriam ameaçado de morte a mãe do homem que procuravam e dado um tapa no rosto do adolescente, que é filho do suspeito. Insatisfeitos, detiveram o menor e o colocaram numa viatura e rodado com ele pela cidade até por volta de 21 horas. Depois disso, conduziram o garoto até a sede da DCTD, onde ele foi forçado a assinar vários documentos ante de ser liberado.

Na mesma denúncia, os policiais são acusados de terem se apoderado da quantia de R$ 1.9 mil, um tablet e uma máquina de cartão. Conforme a investigação, o dinheiro e os objetos não foram formalmente apreendidos nem devolvidos ao dono.

Na investigação, os quatro policiais foram reconhecidos pelas vítimas.

Nega

O advogado de defesa dos policiais civis, Kaio Castro, nega as acusações. Segundo ele, os inspetores registraram sim a apreensão do material na casa do suspeito e que o acusado de vender ilegalmente os anabolizantes fugiu na hora do cerco em sua casa, sendo a mãe e o filho conduzidos legalmente à sede da DCTD. Dessa forma, nega terem os policiais praticado o rapto.
Fernando Ribeiro