Justiça condena envolvidos no assassinato da professora Nina. Julgamento durou 14 horas

             José Walter, o genro, tramou o crime             Júlio Cesar, matou em troca de dinheiro

A professora Maria das Graças Nina foi sequestrada e assassinada em Itaitinga

Terminou na madrugada desta sexta-feira (18) a sessão no Fórum Clovis Beviláqua que julgou dois homens acusados de envolvimento na morte da professora universitária aposentada Maria das Graças Martins Nina, assassinada em fevereiro do ano passado. Depois de quase 14 horas de julgamento, o Conselho de Sentença do 4º Tribunal do Júri Popular decidiu condenar os dois réus: o genro da vítima, apontado como mandante do crime, e um dos executores.

José Walter dos Santos Morais, genro da professora; e Júlio César Bezerra de Carvalho, que teria mantido um namoro com a vítima com o objetivo de atraí-la para a morte, foram  reconhecidos como autores do assassinato e ambos sentenciados a 17 anos de cadeia em regime inicial fechado, isto é, atrás das grades.

Os dois foram apontados como autores de homicídio qualificado. O genro teve como agravantes  a torpeza e uso de recurso que impediu a defesa da vítima. Júlio César teria praticado o crime de maneira cruel, que impossibilitou a defesa da vítima e matou mediante recompensa financeira.

Segundo as investigações feitas pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o genro planejou a morte da sogra para se apoderar de um seguro que a esposa (e filha de Nina) teria direito por conta da morte da mãe. Ele então, contratou Júlio César para que se aproximasse de Nina e passasse a namorar com esta, com o objetivo de arrastá-la para a cilada do assassinato. E foi assim que ocorreu.

Conforme a apuração policial, Júlio conheceu Nina por intermédio de Walter e passou a namorar  com ela. Ele armou um encontro com a professora e, juntamente com outro homem, identificado como Francisco de Assis da Silva Gomes (ainda foragido), seqüestrou a mulher.

Facada

Nina foi levada até um matagal em Itaitinga, nas margens da BR-116, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), onde foi assassinada através de asfixia, com um pedaço de arame farpado.  Além disso, teve o pescoço atingido por uma facada.  O corpo somente foi encontrado um dia depois do assassinato.  Walter teria contratado Júlio por R$ 4 mil. Entregou a metade do dinheiro combinado e o restante seria pago quando sua mulher recebesse o seguro pela morte da mãe.

A defesa dos acusados poderá ainda recorrer contra a condenação.