Um boletim divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) na última quinta (17) informa que quase 65 mil pessoas foram infectadas pelas arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, em todo o Ceará, somente em 2016. Foram 35.122 casos confirmados de dengue, com 25 óbitos; 27.333 de chikungunya, com 14 óbitos, e 1.929 casos de zika, com identificação do vírus em 24 ocorrências demicrocefalia. Ainda nesse cenário, 12 municípios do Estado apresentam alto índice de infestação predial do mosquito, e outros 32 estão em situação de média infestação.
Os dados são do terceiro Levantamento Rápido de Índice para Aedes aegypti (LIRAa), realizado pela Pasta no início do mês, com adesão de 111 dos 184 municípios cearenses. O maior índice foi registrado em Capistrano, com 14,5% de infestação nos imóveis vistoriados por agentes de endemias do município, seguido por Canindé (13,7%), São Luís do Curu e Baturité (ambas com 8,5%). O índice ideal seria inferior a 1% das propriedades. A Capital registrou apenas 0,8%.
A pesquisa apontou ainda os locais dos imóveis cearenses onde mais se encontram larvas do mosquito. Cisternas, tambores e tanques instalados ao nível do solo concentram 60,62% dos focos; depois, vêm os depósitos móveis, como vasos ou pratos de plantas e bebedouros de animais, com 11,73%. Em seguida, aparecem em 11,55% das caixas d´água elevadas, além dos 16,10% em ralos, vasos sanitários desativados, pneus e lixo.
A técnica do Núcleo de Controle de Vetores, Ricristhi Gonçalves, aponta a seca como principal responsável pela alta presença de larvas em depósitos de água ao nível do solo. “Como não há mais chuvas, as pessoas que moram em municípios com abastecimento irregular armazenam água em cisternas, tanques e tambores. O Governo já doou quase 6 mil rolos de tela de nylonpara fazer a vedação, mas algumas não têm cuidado na hora de tampar o reservatório, após o uso”, afirma.