Karina Firmino, mãe de um bebê de apenas 8 meses de vida, chegava em casa na noite do último dia 4 quando foi atacada por dois pistoleiros. Sem chances de defesa, foi atingida por, pelo menos, quatro tiros de pistola à queima-roupa e morreu horas depois no Hospital Regional de Iguatu. Os assassinos fugiram sem nada levar da vítima, o que afasta a hipótese de um crime de latrocínio (roubo ou tentativa seguido de morte).
O diretor do Departamento de Polícia do Interior Sul (DPI/Sul), Jocel Bezerra Dantas, esteve na cidade de Iguatu há poucos dias e revelou que “existe a suspeita de participação de policiais no crime e queremos que a investigação seja bem transparente. Não queremos qualquer problema que venha a atrapalhar a apuração. E foi por isto que trouxemos um delegado de fora, que atuasse em outro Município, para presidir o inquérito, já que é fato a suspeita de participação de pessoas ligadas à Polícia”, destacou.
O delegado Cícero Geovane, do Núcleo de Homicídios da Delegacia Regional de Polícia Civil de Juazeiro do Norte.
Casal suspeito
Os suspeitos de terem ordenado a morte de Karina são um soldado da Polícia Militar, destacado em Acopiara (e sobrinho do prefeito local) e uma escrivã da Polícia Civil lotada na própria delegacia daquele Município. Os dois são casados, têm filhos e tinham uma vida conjugal harmoniosa, até que o PM se envolveu num caso com a vítima e esta engravidou.
Karina passou a sofrer ameaças e tentava se afastar do militar. Mas, no dia do crime, recebeu, pelo menos, 11 ligações do militar em seu celular, chamando-a para um encontro às escondidas atrás de um posto de combustíveis, no Centro de Acopiara. Ela acabou indo.
Após o encontro, a garota foi ao encontro de uma amiga e as duas conversavam enquanto faziam um lanche quando foram encaradas pelos pistoleiros. Depois de se despedirem, foram para suas casas.
Karina pilotava sua motocicleta e, ao parar o veículo na porta de casa, foi surpreendida pela emboscada dos pistoleiros.