Diferença entre renda de ricos e pobres é a menor em dez anos

Números da última década apresentados pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) mostram que o Estado tem se tornado menos desigual. Com o aumento de renda das camadas mais pobres numa taxa maior que o das camadas mais ricas, o Ceará chegou, em 2014, ao menor índice de desigualdade e ao menor percentual de pessoas abaixo das linhas de pobreza e extrema pobreza do período. Os dados, apresentados ontem, foram obtidos a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No ano passado, a razão entre a renda média dos 10% mais ricos e dos 10% mais pobres no Ceará ficou em 31,5. Isso significa que, atualmente, a renda dos 10% mais ricos é 31,5 vezes maior que a dos 10% mais pobres — número menor que a média nacional. Em 2004, era 41,9. O pior ano do intervalo apresentado foi 2005: 48,4.
Em 2004, segundo o Ipece, 18,6% da população cearense tinha renda domiciliar per capita abaixo da linha de extrema pobreza. No ano passado, o número era de 6,3% da população em extrema pobreza. Se for considerada a população abaixo da linha da pobreza, o percentual caiu de 47,5% em 2004 para 17,3% em 2014.
Muito da diminuição foi impulsionado pelos índices da Região Metropolitana de Fortaleza, que, em 2014, tinha 1,9% da população abaixo da linha de extrema pobreza. Na zona rural do Estado, 14% das pessoas ainda estão nessa situação. Abaixo da linha de pobreza, estão 6,6% dos habitantes da RMF e 341% dos moradores da zona rural.
Indicadores ruins
Mesmo com o avanço das estatísticas, o Estado permanece com indicadores piores que os do Nordeste e do Brasil. A renda domiciliar per capita média mensal do cearense, por exemplo, é R$ 619,30: a terceira pior do País. Na análise de Flávio Ataliba, diretor do Ipece, isso reitera a necessidade de avanços para a população de forma mais uniforme que atualmente.
Por O Povo