CHACINA Matança em Messejana mantém escolas fechadas e muda rota de ônibus

Escolas fechadas, linhas de ônibus alteradas, Polícia nas esquinas, moradores assustados. A sequência de mortes ocorrida na madrugada de quinta-feira (12) nos bairros Lagoa Redonda, Curió e no Conjunto São Miguel, na Grande Messejana (zona Sul da Capital), transformou radicalmente,  e de forma rápida, a rotina dos moradores e trabalhadores da região.

O temor de que ocorram novos tiroteios e mais mortes  violentas, alterou o comportamento de quem mora ou trabalha nas três comunidades. Durante toda a quinta-feira, pelo menos, duas escolas suspenderam as aulas e fecharam as portas. Já algumas empresas instaladas ali decidiram reforçar o número de seguranças particulares, como uma produtora de água mineral e outra de fabricação de bebida alcoólica.

Os diretores do Liceu de Messejana, situado na Avenida Washington Soares, bem perto da entrada do Conjunto São Miguel;  e da Escola Estadual Professora Terezinha Ferreira, no bairro Curió, decidiram suspender as atividades pedagógicas e esportivas, que deverão ser retomadas somente na próxima segunda-feira (16).  Dois dos 11 mortos, dois eram ex-alunos do Liceu de Messejana, segundo informou a direção do estabelecimento.

Conforme denúncias de moradores, alguns motoristas das linhas de ônibus que passam pelos três bairros decidiram, por conta própria, evitar passar pelos locais onde ocorreram os tiroteios. O medo é de que aconteçam depredações, como apedrejamento ou incêndio dos coletivos.  Na manhã de ontem, um ônibus chegou a ser interceptado por vândalos na Avenida Maestro Lisboa e somente não acabou incendiado completamente porque os passageiros e moradores apagaram as primeiras chamas após os criminosos fugirem.

A direção da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) informou que desconhece a alteração nos trajetos dos coletivos que fazem as linhas daquela região da cidade, mas prometeu averiguar o fato. Já o sindicato das empresas de ônibus (SIndiônibus),  não se manifestou sobre o assunto.

Mortos  identificados

Das 11 pessoas assassinadas, apenas duas não foram ainda identificadas pelas autoridades da Segurança Pública. Os corpos que haviam sido levados para a  Coordenadoria de Medicina Legal (Comel), na sede da Perícia Forense do Ceará (Pefoce), já foram liberados e poderão ser sepultados pela família nas próximas horas.

Entre os 11 mortos, figuraram quatro adolescentes, identificados como Antônio Álisson Inácio Cardoso, 17 anos; Patrício João Pinho Leite, 16; Marcelo da Silva Mendes, 17; e Jardel Lima dos Santos, também de 17 anos.

Além dos quatro  menores, foram também reconhecidos os corpos das sequintes pessoas: Francisco Elenildo Pereira Chagas, 41 anos; Jandson Alexandre de Sousa, 19; Valmir Ferreira da Conceição, Pedro Alcântara Barroso do Nascimento, 18; e Alef Sousa Cavalcante.

 Texto Fernando Ribeiro